quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O naturalista - The naturalist

sem título - o naturalista, 2009; guache sobre papel, 14 folhas com 70 x 50 cm.

untitled - the naturalist, 2009; gouache on paper, 14 sheets with 70 x 50 cm.

O objectivo de uma ilustração científica consiste em fornecer uma imagem exacta de um espécime (animal, vegetal, mineral) ou de parte dele. É essencial capturar esta imagem de forma muito precisa, de modo a que o observador seja capaz de o identificar e reconhecer. As ilustrações científicas têm pouco a ver com arte - pertencem sim ao ramo das ciências: considerações estéticas são de todo inapropriadas, e a beleza é um agradável mas totalmente irrelevante efeito lateral. Na ilustração científica o termo "naturalista" é relativo: na realidade é produzida uma ilusão de um objecto tridimensional, numa superfície bidimensional, e frequentemente numa escala diferente da do espécime original. O ilustrador, no fundo, tenta trabalhar como uma máquina fotográfica e sem possibilidades de expressão própria.
O conjunto de guaches em progresso intitulado "o naturalista" debruça-se sobre este tema. Ao invés dos espécimes naturais foram tomados como objecto de estudo os seus substitutos, agrupados e separados por "espécies". Estes espécimes percorrem um espectro variado, do brinquedo educativo bem desenhado, ao tosco e assumidamente "made in china"; do souvenir étnico, ao peluche simpático e amigável; do bibelot de gosto duvidoso, ao objecto kitsch de uso diário. Só podemos imaginar quão elucidativas seriam as legendas "científicas" de cada elemento. Não esquecendo o tema da natureza-morta, da reunião de colecções e da sua catalogação (o contexto museológico que acolhe esta exposição), talvez estas representações de representações nos dêem uma visão da relação mediada e artificial que temos muitas vezes com o mundo natural.
















Diorama


Sala do Veado - Museu Nacional de História Natural, Lisboa

Outubro 2009

Exposição colectiva com / group show with: Ana Matilde Sousa, Ângela Pereira, Catarina Fragoso, Elsa Marques, Miguel Pacheco.



Elsa Marques e Ana Matilde Sousa.



Elsa Marques e Ana Matilde Sousa.



Ângela Pereira.



João Francisco e Miguel Pacheco.



Catarina Fragoso.



Ana Matilde Sousa.

sábado, 30 de abril de 2011

Uma mesa e três cadeiras - A table and three chairs

Edificio ETIC, Lisboa

Junho/Julho 2009

Exposição colectiva com / Group show with: Ana Manso, Ana Santos, Afonso Santos Costa, António Bolota, Benjamin Callaway, Bruno Pacheco, Gonçalo Barreiros, João Seguro, Jorge Santos, Luís Paulo Costa, Manuel Botelho, Mónica Amaral, Pedro Henriques.


sem título - o catálogo dos pássaros, 2009; 31 pinturas a acrílico sobre papel, 60 x 60 cm; 4 pianos verticais com partituras de o melro preto, o tordo, o pisco de peito ruivo e a cotovia extraídos de Pequenos estudos de pássaros de Olivier Messiaen, 1985.









em Bragança - apontamentos de arte contemporânea

Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Bragança

Março / Maio 2009

Exposição colectiva com / group show with: Francisco Vidal, Gabriel Abrantes, João Leonardo, Martinho Costa, Pedro Gomes, Samuel Rama.

"Parece existir uma discussão alargada sobre a dicotomia Cidade/Campo que por vezes constrói definições formatadas. Esta dualidade impõe-se numa negociação de diferentes pontos de vista entre aqueles que vivem uma ou outra perspectiva, com o acréscimo dos que vivem as duas realidades opostas mas complementares. São nestas vivências em que se pode encontrar a veracidade entre os diversos conceitos propostos. De algum modo, a forma mais correcta de construir ideias colectivas faz-se a múltiplas vozes. Aliando experiência artística urbana à experiência rural, esta exposição pode, e deverá, ser um projecto onde ambas as partes melhor se revêem, reflectindo uma contemporaneidade cosmopolita por um lado e, ao mesmo tempo, servir a população visitante. Atendendo a isto, a escolha de algumas obras reflectem a urbanidade existente na cidade, enquanto que outras procuram resgatar uma ruralidade pré-existente. Sem paternalismos nem imposições, tentou-se inferir e intervir na vida dos brigantinos na medida em que este contacto seja pertinente a todos os que nele participam.
(...)
As cinzentas naturezas-mortas de João Francisco trazem consigo, não uma construção metódica a que este género pictórico historicamente ascendeu mas sim, uma desconstrução das ideias preconcebidas que povoam o senso comum.
(...).

Hugo Diniz
















sem título - o tempo, 2008; sem título - o museu II, 2008; sem título - sob observação, 2007.