sem título - como um novo alfabeto - 2009; grafite sobre papel, 50 x 65,6 cm cada.
untitled - like a new alphabet - 2009; graphite on paper, 50 x 65.6 cm each.
Num jogo melancólico, João Francisco (1984) arquiva quotidianos em pinturas e desenhos. A elaboração desse processo organizativo é feita através de esculturas temporárias que monta no atelier. Gosta da liberdade de poder "construir o que quiser, ir buscar pequenos actores para construir o que quiser", para arquivar memórias de objectos que perdem o seu valor e passam a ser desrespeitados, na voragem consumista do quotidiano: "raramente pinto coisas reais", esclarece. Essa nostalgia atenua-se, quando o artista volta a guardar os objectos, depois de utilizados na escultura documentada em papel ou tela. São esculturas construídas com materiais que apanha no chão, que estão arquivados em caixas e caixotes no atelier, ou que pede emprestados se for caso disso. Na segunda individual, João Francisco apresenta mais de duas dezenas de trabalhos, incluindo a série O naturalista, que integrou uma colectiva na Sala do Veado, do Museu de História Natural. O conjunto destes catorze guaches é um catálogo de espécies - nem todas reais - feito através "dos substitutos burgueses domésticos com que lidamos em casa", ou seja, as suas representações em plástico e outros materiais sintéticos.
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